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31 out. 2025

Artigo escrito por: Daniela Costa / Revisado por: Paola Cappelletti

Cenário atual da autorização de produtos foodtech com base em cultura de células.

O mundo assiste a uma transformação silenciosa, mas profunda, na forma de produzir proteínas.

O que antes era uma ideia futurista, “carne feita em laboratório”, agora é realidade biotecnológica, com impactos diretos sobre sustentabilidade, segurança alimentar e inovação tecnológica.

A cultura de células, tecnologia amplamente consolidada em pesquisa biomédica, é utilizada há décadas para modelar doenças humanas, testar medicamentos, avaliar a segurança de cosméticos e substâncias químicas, produzir vacinas, e compreender mecanismos moleculares de processos como inflamação, câncer e regeneração tecidual.

Essa mesma base científica, agora expande fronteiras e ingressa no setor alimentício, aplicando-se à produção de proteínas e tecidos comestíveis obtidos por cultura celular. A transformação da carne cultivada em uma realidade comercial é resultado de um movimento coordenado entre pesquisa científica, inovação biotecnológica e avanço regulatório em diferentes partes do mundo.

Em Singapura, pioneira mundial na regulamentação, a Singapore Food Agency (SFA) autorizou em 2020 a venda de carne de frango cultivada da empresa Eat Just, tornando o primeiro país a permitir o consumo de um alimento derivado de cultura celular. Desde então, eles revisam continuamente suas diretrizes para acelerar a entrada de novos produtos no mercado e garantir rotulagem transparente e avaliação de segurança rigorosa.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) deu início a essa revolução em 2022, ao aprovar o frango cultivado da Upside Foods, tornando-o o primeiro alimento à base de cultura celular liberado para consumo humano no país.

Mais recentemente, em 2025, a Wildtype Foods obteve aprovação para comercializar o primeiro salmão cultivado, totalmente produzido por cultura de células, um marco histórico que consolida a biotecnologia alimentar como campo estratégico da ciência e da economia verde.

Em Israel, o Ministério da Saúde aprovou, em 2024, a comercialização da carne bovina cultivada da Aleph Farms, após anos de pesquisa e testes de segurança, tornando-se o primeiro país a liberar carne cultivada bovina.
Na União Europeia, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) conduz a avaliação científica de “novos alimentos”, conforme o regulamento aprovado em 2018.

Embora o bloco ainda não tenha aprovado a venda de carne cultivada, alguns países já investem em centros de pesquisa para o desenvolvimento de carne cultivada.

Esses avanços mostram que a carne cultivada deixou o laboratório e alcançou o cenário regulatório internacional, sendo discutida não apenas sob o ponto de vista científico, mas também ético, político e econômico, um indicativo de que a biotecnologia alimentar se tornará um novo pilar da segurança alimentar global.

Mas o que é carne cultivada e como é produzida?

A carne cultivada, também chamada de cell-cultivated meat, é obtida a partir de células animais isoladas que se multiplicam fora do organismo, em ambiente controlado, sem necessidade de abate.

Esse campo emergente, conhecido como agricultura celular, aplica princípios da biologia de células-tronco, engenharia de tecidos e ciências animais para criar produtos agrícolas diretamente a partir de células cultivadas in vitro.

Essas células podem ser musculares, satélites (células tronco musculares), mesenquimais ou pluripotentes induzidas, dependendo do tecido desejado, músculo, gordura ou tecido conectivo.

Para se tornarem matéria-prima de carne cultivada, elas precisam apresentar alta capacidade proliferativa e potencial de diferenciação, garantindo viabilidade e estabilidade durante o processo produtivo.

A escolha da linhagem celular e o desenvolvimento de meios de cultura são etapas críticas que determinam o custo, a qualidade e a reprodutibilidade do produto final.

Como começa a cultura de células para a carne cultivada?

O processo de produção segue etapas bem definidas:

Coleta de células – realizada por biópsias ou uso de tecidos post-mortem do animal de interesse.
Proliferação celular – expansão em biorreatores, sob controle rigoroso de oxigênio, nutrientes e estímulos mecânicos e condições estéreis que maximizam o crescimento e a viabilidade celular.
Diferenciação – indução das células a formar fibras musculares e adiposas maduras.
Estruturação – uso de arcabouços (scaffolds) que organizam o tecido tridimensionalmente. O tipo de arcabouço, e sua composição bioquímica, influencia diretamente a textura, consistência e sabor do produto final, tornando-se um componente essencial da engenharia do alimento.

Cada uma dessas etapas reflete princípios já consolidados em laboratórios de cultura de células, aplicados agora para criar tecidos alimentares comestíveis sob condições estéreis e controladas.

O mesmo rigor técnico que assegura reprodutibilidade e biossegurança na pesquisa biomédica começa a moldar o futuro da alimentação.

Sustentabilidade e impacto ético

A carne cultivada não representa apenas uma inovação tecnológica, ela também oferece uma resposta concreta aos desafios ambientais e éticos da produção de proteína animal.

Os impactos ambientais da carne cultivada continuam sendo amplamente estudados, e os resultados mais recentes indicam um cenário promissor, ainda que dependente da maturidade tecnológica do setor.

De acordo com Smetana et al. (2023) e Ong et al. (2023), estudos de análise de ciclo de vida (LCA) indicam que, em escala comercial, a produção de carne cultivada pode reduzir significativamente o uso de água e terra, além de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando apoiada por fontes de energia renovável e meios de cultura otimizados.

Contudo, os autores ressaltam que a eficiência energética e a composição do meio de cultura são fatores determinantes para que essas reduções se concretizem.

Outros trabalhos, como o de Alexander et al. (2024), destacam que, se o processo depender de energia fóssil ou meios ricos em componentes de origem animal, o benefício ambiental tende a ser reduzido — reforçando a importância do avanço em meios livres de soro e na transição para energia limpa.

De forma geral, a literatura recente converge ao reconhecer que a carne cultivada tem potencial para reduzir o impacto ambiental da pecuária convencional, desde que evolua para sistemas produtivos eficientes e sustentáveis.

Além do aspecto ecológico, a carne cultivada elimina a necessidade de abate animal, reduz o risco de zoonoses e dispensa o uso profilático de antibióticos, práticas associadas à criação intensiva (Ong et al., 2023). Esses benefícios combinados explicam o crescimento do investimento público e privado no setor, impulsionando pesquisas em biotecnologia alimentar e agricultura celular.

E há outro ponto interessante: a carne cultivada também permite a personalização nutricional.

De acordo com Stephens et al. (2021), é possível ajustar o perfil nutricional do produto combinando células musculares, adiposas e diferentes tipos de scaffolds.

Essa abordagem possibilita criar alimentos com menos gordura, mais proteína ou até enriquecidos com ácidos graxos ômega-3, algo impossível de controlar com precisão na pecuária tradicional.

O cenário brasileiro: inovação e regulação

O Brasil, tradicional gigante do agronegócio, começa a se destacar também na fronteira das proteínas alternativas e da agricultura celular, unindo biotecnologia e sustentabilidade.

Nos últimos anos, startups e instituições de pesquisa vêm adaptando tecnologias de cultura de células, fermentação de precisão e bioengenharia de tecidos ao contexto nacional, impulsionadas por parcerias público-privadas e editais de inovação. Entre os principais nomes estão a Ambi Realfood, Sustineri Piscis e Cellva Ingredients. Instituições como a Embrapa, UFPR, UFMG, UNICAMP e UFRJ têm ampliado suas pesquisas em engenharia de tecidos alimentares e meios de cultura nacionais, consolidando o Brasil como polo emergente em foodtech e biotecnologia sustentável.

Esses movimentos demonstram como a cultura de células, base técnica já dominada em laboratórios biomédicos, se transforma agora em vetor de inovação alimentar.

RDC nº 839/2023 – o marco regulatório no Brasil

Em dezembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Resolução RDC nº 839/2023, que atualiza as regras para avaliação e aprovação de novos alimentos e ingredientes.

“Consideram-se novos alimentos ou ingredientes aqueles obtidos por processos ou fontes inéditas, incluindo produtos de culturas de células ou de tecidos de origem animal, vegetal, fúngica ou algal.”

(Resolução RDC nº 839/2023 – Diário Oficial da União, 15/12/2023)

Com essa norma, o Brasil se junta a países como Singapura, Israel e Estados Unidos, que já possuem marcos regulatórios consolidados.

O próximo desafio está na fiscalização e auditoria, abrindo espaço para profissionais com formação em cultura celular, biossegurança e toxicologia in vitro contribuírem ativamente nesse novo mercado.

Impactos para a cultura de células e a toxicologia in vitro

A biotecnologia alimentar depende da mesma base técnica empregada em laboratórios de pesquisa: cultura celular, controle de qualidade e rastreabilidade.

Por isso, profissionais treinados em Boas Práticas em Cultura de Células tornam-se peças-chave na transição entre o campo biomédico e o setor foodtech.

Competências em alta:

  • Manutenção e caracterização de linhagens celulares.
  • Controle microbiológico e detecção de micoplasma.
  • Desenvolvimento de meios sem soro e formulações definidas.
  • Cultivo em biorreatores e diferenciação controlada.
  • Gestão da rastreabilidade e validação da viabilidade celular.
  • Essas práticas asseguram reprodutibilidade, segurança e conformidade, requisitos essenciais tanto para pesquisas quanto para produtos alimentares inovadores.

A cultura de células, que há décadas sustenta a pesquisa biomédica, agora avança para o setor de alimentos, unindo ciência, sustentabilidade e inovação.

Com a aprovação internacional de carnes cultivadas e a atualização regulatória da ANVISA, o Brasil se posiciona como um país capaz de liderar a próxima revolução alimentar baseada em biotecnologia.

Quer se preparar para essa nova fronteira?

O BCRJ oferece cursos especializados em Boas Práticas em Cultura de Células, Cultura de Células 3D e Toxicologia in vitro, com foco em estudos de segurança. Venha aprender os fundamentos que garantem qualidade, rastreabilidade e inovação em cultura celular, da bancada ao prato.

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Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução RDC nº 839, de 14 de dezembro de 2023. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 dez. 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-839-de-14-de-dezembro-de-2023-531394967. Acesso em: 29 out. 2025.

ALEXANDER, P. et al. Life cycle assessment of culture media with alternative compositions for cultivated meat. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 29, n. 3, p. 540–552, 2024. DOI: 10.1007/s11367-024-02350-6

CONGRESSIONAL RESEARCH SERVICE (CRS). Cell-Cultured Meat: Policy and Regulatory Issues. Washington, D.C., 2024. Disponível em: https://www.congress.gov/crs-product/R47697. Acesso em: 29 out. 2025.

EMBRAPA. Brasil está na vanguarda no desenvolvimento de carne cultivada. 2024. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/77704192/brasil-esta-na-vanguarda-no-desenvolvimento-de-carne-cultivada. Acesso em: 28 out. 2025.

EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY (EFSA). Novel Foods Regulation (EU) 2015/2283 and scientific opinions on cultivated meat. Parma, 2023. Disponível em: https://www.efsa.europa.eu/en/topics/topic/novel-food. Acesso em: 29 out. 2025.

FOOD AND DRUG ADMINISTRATION (FDA). FDA completes first pre-market consultation for human food made using animal cell culture technology. Silver Spring, 2022. Disponível em: https://www.fda.gov/food/hfp-constituent-updates/fda-completes-first-pre-market-consultation-human-food-made-using-animal-cell-culture-technology. Acesso em: 29 out. 2025.

GOOD FOOD INSTITUTE BRASIL (GFI BRASIL). Panorama das proteínas alternativas no Brasil: desafios e oportunidades. Brasília, 2024. Disponível em: https://gfi.org.br/. Acesso em: 29 out. 2025.

GOOD FOOD INSTITUTE BRASIL (GFI BRASIL). Carne cultivada pode ser considerada halal? Brasília, 2024. Disponível em: https://gfi.org.br/en/carne-cultivada-pode-ser-considerada-halal/. Acesso em: 29 out. 2025.

ISRAEL MINISTRY OF HEALTH. Israel approves first cultivated beef steak by Aleph Farms. Jerusalém, 2024. Disponível em: https://www.health.gov.il/. Acesso em: 29 out. 2025.

ONG, K. L. et al. Environmental impacts of cultured meat: a cradle-to-gate life cycle assessment. Food Research International, v. 180, p. 112257, 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39840401/. Acesso em: 29 out. 2025.

SMETANA, S. et al. Ex-ante life cycle assessment of commercial-scale cultivated meat production in 2030. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 28, n. 7, p. 1324–1338, 2023. DOI: 10.1007/s11367-022-02128-8.

SINGAPORE FOOD AGENCY (SFA). Speech by Ms Grace Fu, Minister For Sustainability And The Environment, At The Launch Of The Future Ready Food Safety Hub On 27 April 2021 At Nanyang Technological University.

STEPHENS, N. et al. Cell sources for cultivated meat: applications and considerations. International Journal of Molecular Sciences, v. 22, n. 14, p. 7656, 2021. DOI: 10.3390/ijms22147656.

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30 out. 2025

O soro fetal bovino (SFB) é um dos pilares da biotecnologia moderna. Rico em fatores de crescimento e nutrientes essenciais, ele garante que células cultivadas em laboratório mantenham sua viabilidade, estabilidade e comportamento fisiológico, base de pesquisas que vão desde o desenvolvimento de vacinas até terapias celulares e testes in vitro.

Com foco em qualidade e reprodutibilidade, o Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) utiliza há anos os soros produzidos pela Bio Nutrientes, empresa referência na produção, filtração e distribuição de soros de origem animal.

Agora, essa relação de confiança se torna uma parceria institucional, consolidando o uso e a recomendação dos produtos da Bio Nutrientes em cursos, treinamentos e rotinas laboratoriais realizados pelo BCRJ.
A colaboração reforça o compromisso conjunto das duas instituições com a excelência científica, a rastreabilidade dos insumos e o fortalecimento da pesquisa biotecnológica nacional.

Parceria do BCRJ com a Bio Nutrientes do Brasil. Da esquerda para a direita: Paola Cappelletti, Ana Carolina Batista, Lucas Cardoso, Antonio Monteiro e Kátia Marçal.

Excelência produzida no Brasil

Fundada em 2001, a Bio Nutrientes é uma empresa brasileira com mais de duas décadas de experiência no setor.
Especializada na produção e filtração de soros e suplementos para cultura celular, a empresa une produção local com padrão internacional, trazendo a expertise do grupo Sera- Scandia, líder global em soros para cultura celular.

Com unidades em Barueri (SP) e Taciba (SP), certificadas pelo MAPA e habilitadas para exportação à Europa, Ásia e Mercosul, a Bio Nutrientes fornece produtos de alta pureza e controle técnico rigoroso a universidades, institutos e indústrias de todo o país.

Seu propósito é claro: impulsionar a ciência brasileira com insumos confiáveis e de qualidade internacional.
A linha de produtos inclui: soro fetal bovino, soro bovino adulto, soro de equídeo, soro de suíno, soro de ave (frango), soro de coelho, plasma ovino entre outras soluções para cultura celular, todos desenvolvidos com foco em desempenho reprodutível, segurança e rastreabilidade completa.

Da esquerda para a direita: Lucas Cardoso, Gerente Geral da Bio Nutrientes, ao lado de Antonio Monteiro, Presidente do Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ), durante o Curso de Boas Práticas em Cultura de Células.

Ciência que conecta

A parceria entre o BCRJ e a Bio Nutrientes do Brasil nasce com o objetivo de fortalecer a pesquisa científica e a formação de profissionais capacitados, aproximando a academia, a indústria e o setor produtivo em torno de uma mesma visão: promover a biotecnologia como motor da inovação e do desenvolvimento sustentável no país.

Saiba mais sobre a Bio Nutrientes em www.bionutrientes.com.br e acompanhe as próximas ações dessa colaboração que valoriza a ciência feita no Brasil.

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30 out. 2025

Ciência sem crueldade: o futuro já começou!
BCRJ é destaque na Superinteressante por impulsionar a ciência sem o uso de animais em testes

O Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) foi destaque na revista Superinteressante, em reportagem que mostra como o maior banco de células do Brasil vem contribuindo para transformar o cenário da pesquisa científica nacional, impulsionando a adoção de metodologias sem o uso de animais em testes.

A matéria ressalta o papel do BCRJ na promoção de um novo paradigma científico — mais ético, reprodutível e alinhado às diretrizes internacionais — por meio do fornecimento de células primárias e linhagens celulares humanas utilizadas em estudos nas áreas de biomedicina, farmacologia, cosméticos e saúde pública.

Segundo a reportagem, a cultura de células, a toxicologia in vitro e os modelos tridimensionais (3D) já representam alternativas consolidadas em pesquisas que substituem o uso de animais como coelhos e camundongos, trazendo inovação e confiabilidade aos resultados obtidos.

Além da disponibilização de material biológico de alta qualidade, o BCRJ também atua na formação de profissionais, ministrando cursos de Boas Práticas em Cultura de Células, Cultura de Células 3D e Toxicologia in vitro, com foco em metodologias cruelty free e aplicabilidade prática na bancada. Essas iniciativas reforçam o compromisso institucional com a disseminação das New Approach Methodologies (NAMs) e com o avanço de uma ciência mais ética, sustentável e de impacto global.

📩 Saiba mais: [email protected]

Leia a reportagem completa: https://super.abril.com.br/ciencia/sem-coelhos-ou-camundongos-como-o-maior-banco-de-celulas-do-brasil-impulsiona-a-ciencia-sem-testes-em-animais/

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30 out. 2025

Um marco ético e científico na consolidação de métodos alternativos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei 3062/2022, que proíbe o uso de animais vivos em testes laboratoriais para o desenvolvimento de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal.
A medida representa um avanço histórico para a ciência ética, reforçando o compromisso do Brasil com pesquisas mais humanas, modernas e sustentáveis. Além de vetar os testes com animais, a nova lei também proíbe a comercialização de produtos importados que tenham sido desenvolvidos a partir desse tipo de ensaio.

Avanço ético e incentivo à inovação

Mais que uma mudança legal, a sanção marca uma transformação de paradigma na pesquisa científica. O texto da lei estimula o uso de métodos alternativos já validados pela comunidade internacional, como:

✔ Culturas celulares e tecidos humanos in vitro
✔ Organoides e modelos computacionais
✔ Sistemas microfluídicos, como Organ-on-a-Chip

Essas tecnologias reproduzem com maior precisão a fisiologia humana, tornando os resultados mais preditivos e eliminando o sofrimento animal.

Declaração presidencial

“As criaturas que têm como habitat natural o planeta Terra não vão ser mais cobaias de experiências nesse país.”
— Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de sanção.

O compromisso do BCRJ com uma ciência sem crueldade

O Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) atua ativamente na promoção de métodos alternativos ao uso de animais, por meio de seu Laboratório de Toxicologia in vitro, que realiza testes de segurança para cosméticos e produtos de higiene pessoal utilizando modelos celulares avançados.
Com foco em inovação, ética e capacitação científica, o BCRJ também oferece cursos e treinamentos especializados em Cultura de Células 3D e Toxicologia in vitro, fortalecendo a formação de profissionais para a nova era da ciência sem crueldade.

Contato: [email protected]
Cursos e informações: [email protected]
Fonte oficial: https://www.gov.br/mma

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30 out. 2025

O 13th World Congress on Alternatives and Animal Use in the Life Sciences (WC13) marcou um momento histórico para a ciência, reunindo pesquisadores e instituições de todo o mundo em torno de um objetivo comum: promover o desenvolvimento ético, inovador e sustentável da pesquisa.
O Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) teve a oportunidade de participar desta edição especial, a primeira realizada na América Latina, reafirmando seu compromisso com a ciência sem crueldade e com o avanço das Novas Metodologias de Abordagem (NAMs).

Durante cinco dias, o congresso reuniu os maiores especialistas internacionais para discutir temas que vão desde sistemas microfisiológicos, organ-on-a-chip e modelos tridimensionais, até o papel da inteligência artificial e da biologia computacional na substituição e redução do uso de animais em pesquisas científicas.
O BCRJ teve a honra de contribuir diretamente para a realização do Workshop Satélite, em parceria com a MatTek Life Sciences e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O evento apresentou um novo modelo alternativo de córnea para avaliação de risco ocular em diferentes categorias de produtos, além de outros modelos inovadores da MatTek que em breve estarão disponíveis para uso no Brasil.

Além de sua contribuição técnica, o BCRJ marcou presença com um estande institucional, apresentando ao público internacional como o Banco vem fortalecendo a pesquisa científica brasileira por meio do fornecimento de linhagens celulares e células primárias de alta qualidade, além da execução de ensaios alternativos ao uso de animais no seu Laboratório de Toxicologia In Vitro, em conformidade com as Boas Práticas de Laboratório (BPL).
A participação no WC13 reforça o papel do BCRJ como referência nacional e parceira estratégica no avanço da biotecnologia e das metodologias alternativas, consolidando o Brasil como protagonista no cenário internacional de uma ciência ética, reprodutível e sustentável.

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30 out. 2025

Durante o Workshop “3D Models Applications in Toxicology: Courses and Handling Session”, realizado como evento satélite do 13º Congresso Mundial sobre Alternativas e Uso de Animais nas Ciências da Vida (WC13), o Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) marcou presença com a participação da Dra. Paola Cappelletti, Supervisora do Laboratório de Toxicologia.
Em sua palestra intitulada “Aplicação do cultivo de células nos métodos alternativos (NAMs)”, a pesquisadora, Dra. Paola Cappelletti, destacou a importância dos modelos celulares na substituição de testes em animais, ressaltando sua maior relevância biológica e o alinhamento com as exigências regulatórias internacionais.
A apresentação evidenciou como o uso de Novas Metodologias de Abordagem (NAMs) contribui para o desenvolvimento de uma ciência mais ética, sustentável e tecnicamente robusta, promovendo avanços significativos na área da toxicologia in vitro.
O evento reforçou o compromisso do BCRJ em disseminar conhecimento e fortalecer a adoção de práticas científicas modernas, conectando inovação, qualidade e responsabilidade ética.

No dia 2 de setembro de 2025, o Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) recebeu, em seu Laboratório de Toxicologia in vitro, o Workshop Satélite “3D Models Applications in Toxicology: Courses and Handling Session”, realizado como evento associado ao 13º Congresso Mundial sobre Alternativas e Uso de Animais nas Ciências da Vida (WC13).
A sessão prática foi conduzida por Emily Reis (MatTek Life Sciences) e contou com a colaboração do INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, em uma ação conjunta voltada para a promoção das Novas Metodologias de Abordagem (NAMs) no contexto brasileiro.
O workshop teve como foco a aplicação do modelo tridimensional EpiOcular, referência internacional validada pela OECD TG492, utilizada para avaliação de irritação ocular sem o uso de animais. Durante a atividade, os participantes acompanharam todas as etapas do ensaio, observando de forma prática como os modelos humanos 3D estão revolucionando a toxicologia in vitro.

Com um formato dinâmico e interativo, o encontro proporcionou uma experiência científica aplicada, aproximando pesquisadores e profissionais das metodologias alternativas reconhecidas mundialmente.
A iniciativa representa um marco importante para a difusão das NAMs no Brasil, fortalecendo o compromisso do BCRJ em promover práticas éticas, inovadoras e alinhadas às diretrizes internacionais de segurança e sustentabilidade.

Local: Laboratório de Toxicologia in vitro – Banco de Células do Rio de Janeiro

Workshop Satélite do WC13 realizado em parceria entre o INMETRO, o BCRJ e a MatTek.
Na primeira imagem, da direita para a esquerda: Paola Cappelletti, Emily Reis e Ana Carolina Batista.
Na segunda imagem, registro da prática realizada no Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) em colaboração com a MatTek.

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30 out. 2025

No dia 02 de outubro, o Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) esteve representado pela Supervisora do Biobanco, Ana Carolina Batista, durante a visita da Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia de Niterói, Juliana Benício, à Unidade de Pesquisa Clínica (UPC) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP).

O encontro teve como foco o fortalecimento das parcerias estratégicas voltadas ao avanço da pesquisa biomédica e à ampliação das iniciativas de inovação científica no estado do Rio de Janeiro.

A colaboração entre o BCRJ e a UPC-HUAP tem possibilitado a coleta e o armazenamento de material biológico destinado à formação de um biobanco representativo da diversidade brasileira, contribuindo para o desenvolvimento de estudos voltados à saúde e à biotecnologia.

A visita reforça o compromisso conjunto com a promoção de práticas científicas colaborativas, integrando instituições públicas e de pesquisa em prol de uma ciência nacional mais ética, inclusiva e de impacto social.
Unidade de Pesquisa Clínica – Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP)

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05 maio. 2025

No dia 16 de abril de 2025, o Diretor Presidente do Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ), Antonio Monteiro, realizou uma visita técnica ao BioParque do Rio, uma instituição que se destaca por seu compromisso com o bem-estar animal, conservação de espécies e desenvolvimento de projetos de pesquisa científica.

A visita teve como objetivo dar continuidade ao projeto de criação de um Biobanco de células e DNA de animais silvestres, iniciativa iniciada em 2024 e que agora avança para a etapa de captação de financiamento. A proposta visa estabelecer uma infraestrutura pioneira para a conservação da biodiversidade brasileira por meio da biotecnologia celular. 

Receberam o Prof. Antonio os profissionais:

  • Ciro Alexandre Teixeira Cruvinel – Gerente Técnico
  • Marcela Rosa Tavares – Bióloga de Pesquisa e Conservação
  • Adriano da Silveira Ramos da Silva – Biólogo de Área Técnica

Equipe da esquerda para a direita: Antonio Monteiro, Marcela Rosa Tavares, Adriano da Silveira Ramos da Silva  e  Ciro Alexandre Teixeira Cruvinel.
Equipe da esquerda para a direita: Antonio Monteiro, Marcela Rosa Tavares, Adriano da Silveira Ramos da Silva e Ciro Alexandre Teixeira Cruvinel.

Baseado no tripé Educação, Pesquisa e Conservação, o BioParque do Rio representa uma nova abordagem entre zoológicos e ciência, reconfigurando o papel dessas instituições na proteção da fauna. Ao integrar essa visão com a expertise do BCRJ em cultura celular e criopreservação, a proposta do biobanco visa apoiar ações de pesquisa para estratégias futuras para espécies ameaçadas. 

A criação de um Biobanco de células de animais silvestres é uma ação de vanguarda. Essa parceria pode representar um marco para a conservação genética no Brasil. 

O BCRJ agradece a receptividade da equipe do BioParque e reforça seu compromisso em promover soluções inovadoras para a ciência e a preservação da vida.

Seguimos construindo pontes entre ciência, biodiversidade e futuro.

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